producao do espaco
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS-DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUACÃO EM GEOGRAFIA
DISCIPLINA-GEOGRAFIA: TEORIA E MÉTODO
A “ILUSÃO” DA TRANSPARÊNCIA DO ESPACO E A “FÉ CEGA” NO PLANEJAMENTO URBANO: OS
DESAFIOS DE UMA GEOGRAFIA URBANA CRÍTICA (ANA FANI ALESSANDRI CARLOS)
Rodrigo dos Reis
RESENHA
Ana Fani traz como ideia central do texto a necessidade de construção de uma geografia sobre a cidade e o urbano que supere a crítica, deslocando o processo de reflexão e do conhecimento do plano abstrato da epistemologia e da crítica para uma dialética entre o plano teórico e da prática.
A autora tem como preferência o método materialista histórico e dialético de Marx.
Materialista porque considera a matéria como anterior a consciência, isto é, o mundo externo existe objetivamente, independentemente, da consciência; é a realidade material que pré-existe à ação humana. Essa realidade diz respeito a um espaço material incriado – que não é dado ao homem por meio de um ato criacionista divino. Histórico porque a história humana também faz marte e está inserida no movimento da matéria no tempo e no espaço como condição de existência; a história humana está em constante movimento e transformação e nunca tem fim. E dialético porque o espaço-tempo também se inscreve nas leis mais gerais de desenvolvimento da natureza, da sociedade e do conhecimento, revelando, desse modo, a sua natureza: a unidade e a luta dos contrários. A história humana é produto do processo de humanização da natureza. O homem não deixa de ser natureza, mas hoje não se encontra mais, totalmente, a esta vinculada como na pré-história.
Este processo de “desnaturalização” do homem é fruto do processo de conscientização, do acúmulo
do conhecimento e do trabalho, os quais foram e ainda são responsáveis pela constante transformação e produção do espaço.
Com as práticas sociais e espaciais elevadas à escala planetária as relações sociais se