Processos
A perfumaria de Natura Ekos leva álcool orgânico, em vez de álcool comum, em suas fórmulas. Sem alterar fragrância, textura, fixação ou qualidade dos produtos, a escolha é positiva tanto para os consumidores quanto para o meio ambiente e os trabalhadores rurais.
Nas lavouras da Native, fornecedora do álcool utilizado nos produtos da Natura, a cana-de-açúcar é cultivada sem adição de agrotóxicos e adubos químicos. Os canaviais são integrados à vegetação nativa, criando ilhas de biodiversidade em meio à cultura, o que garante a permanência da fauna e da flora locais. Além disso, a vinhaça, um subproduto biológico da destilação do álcool, que em outros cultivos costuma ser lançada em cursos d’água, poluindo-os, tem outro destino. “Ela volta para o campo e serve de adubo e fertilizante natural para a cana, pois contém potássio e abundante matéria orgânica em decomposição”, explica Fernando Alonso, gerente de produtos orgânicos da Native.
A palha, que em plantações convencionais ainda é queimada, emitindo monóxido de carbono e outros gases poluentes, fica depositada sobre o solo. Isso faz com que o terreno fique protegido de plantas invasoras e dos efeitos do sol e retenha mais umidade, condições benéficas para a cultura de cana em climas tropicais.
Os trabalhadores rurais também são respeitados e têm seus direitos garantidos. Atualmente, toda a colheita da cana é mecanizada. Para que esse processo ocorresse sem reduzir postos de trabalho, nos últimos anos, a maioria dos antigos cortadores foi requalificada e treinada para adotar práticas agrícolas sustentáveis.
A Usina São Francisco, que pertence à Native e está localizada no município de Sertãozinho, no interior de São Paulo, também está preocupada com os impactos sobre o meio ambiente. Por isso, realiza um ciclo fechado de produção, ou seja, utiliza os próprios resíduos do bagaço da cana-de-açúcar para gerar toda a energia necessária à empresa, que é autossuficiente em energia térmica,