Processos Fonológicos
As línguas evoluem através de processos fonológicos, os quais são importantes tanto para o seu estudo diacrônico, quanto para seu estudo sincrônico. E essas evoluções, não apenas distinguem a oralidade da escrita, mas são essenciais para o entendimento da formação de palavras em uma língua. Esses processos, também conhecidos como metaplasmos, foram muito produtivos ao longo da história da Língua Portuguesa e podem ser usados, atualmente, para a criação de neologismos, quando se quer criar uma palavra para um conceito até então desconhecido. Ao longo da história da língua portuguesa, desde o proto-português até se chegar ao português contemporâneo, a língua passou, e ainda passa, por mudanças que possui as mais variadas motivações. Com efeito, alguns desses processos fonológicos explicam o porquê dessas mudanças e revelam como as palavras são formadas no inventário lexical da língua.
0. Tipologia: Os processos fonológicos podem acarretar: supressão, acréscimo, mudança de ordem e mudança da qualidade de um segmento, havendo, na maioria dos casos, termos específicos para identificar, em cada processo, as particularidades encontradas.
1. Supressão de segmentos
1.1. No início do vocábulo (Aférese) C.Jr.: “A tendência a perder-se a vogal inicial que constitui sílaba simples se justifica pela força expiratória que se dá à consoante que começa a sílaba seguinte. A perda do - o e a perda do - a ainda se justifica pela confusão com o artigo”. Na diacronia: inodiu- > enojo > nojo, inamorare > enamorar > namorar. Na sincronia: (a)marelo, (es)pera, (i)magina. Note-se que pode haver a perda da sílaba inicial seja ela formada por V ou por uma estrutura mais complexa (VC, no caso de espera).
1.2. No meio do vocábulo (Síncope) Perderam-se sistematicamente as postônicas dos proparoxítonos latinos (apicula > apicla > abelha, calidus > caldo, auricula > orelha). O processo continua atuando sobre os proparoxítonos restantes: