Processos de Trabalho e Serviço Social
Marilda Iamamoto aponta que, na década de 1980, inaugurou-se um novo debate acerca do Serviço Social, colocando-o como “uma especialização do trabalho coletivo, dentro da divisão social e técnica do trabalho, partícipe do processo de produção e reprodução das relações sociais”. (IAMAMOTO, 200:83).
Esse debate, segundo a autora, compreende o Serviço Social está esculpido em relações e processos de trabalho.
Interpõe que, identificar a profissão em processos de trabalho é lembrar a importância do trabalho como organizador da vida social.
Iamamoto considera que, pensar o Serviço Social como trabalho, é acrescentar e reformular a análise sobre a chamada “prática profissional”. Afirma também que avaliar qualquer processo de trabalho é levar em consideração não só a ação propriamente dita do profissional, mas destacar a matéria prima ou objeto que incide sua ação e ainda os meios de trabalho que potenciam a ação do sujeito sobre o objeto.
Assim, identificar os elementos que constituem o trabalho do assistente social é muito importante para a compreensão do sentido que se deseja atribuir a qualquer atividade que seja desempenhada por este profissional.
Entretanto, na análise anterior sobre os elementos que constituem o trabalho do assistente social no Tribunal de Justiça, faz-se necessário aprofundar o debate contemporâneo sobre o Serviço Social, travado por Iamamoto. Ela apresenta três pressupostos para analisar a profissão na contemporaneidade.
O primeiro declara que é preciso compreender a profissão inscrita no próprio movimento da história. O Serviço Social é parte e é expressão da realidade social, da relação das classes sociais com o Estado. Esse pressuposto abandona aquela visão que analisa a profissão apenas a partir do seu próprio interior. Solicita do assistente social a capacidade de descodificar a realidade e construir propostas de trabalho criativas, capazes de interpretar a realidade e efetuar direitos.
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