Processos de formação de palavras: uma análise de teorias
1) Introdução
O presente trabalho visa fazer um percurso por algumas teorias que, ao longo da história da morfologia, trataram de explicar a dinâmica dos processos de formação lexical. Ao apresentarmos as abordagens tradicionais, procuraremos nos fixar nos processos de derivação, por ser este o mecanismo básico de formação de palavras novas na língua espanhola, de onde extrairemos nossos exemplos. Por fim, veremos casos de palavras cujas estruturas são consideradas irregulares pela maioria dos estudiosos, não se enquadrando, portanto, nos modelos de análise prévios. Tratam-se de termos possíveis de serem encontrados no registro coloquial das grandes cidades latino-americanas e em especial, nas gírias juvenil ou marginal desses países.
2) Por que formamos novas palavras?
Antes de iniciar nossa trajetória, cabe a seguinte pergunta: por que novas palavras se formam? Segundo Basílio (apud Cunha, 2009), a principal motivação para a criação de novos vocábulos tem a ver com questões de economia linguística, uma vez que criamos palavras para expressar significados que antes poderiam ser expressos somente por um conjunto de elementos. Nesse sentido, a autora (apud Belchor, 2008) vai prescrever a existência de três funções linguísticas que podem estar presentes nas operações morfológicas, que são as de: a) mudança categorial por adequação sintática (adequação dos itens lexicais às construções do enunciado); b) denominação ou rotulação (necessidade de nomear novos objetos ou seres); c) função expressiva ou discursiva (movida por aspectos discursivo-pragmáticos e pela subjetividade do falante, os quais podem traduzir-se em afetividade ou pejoratividade, por exemplo). A essas três soma-se ainda a função indexical (Gonçalves apud Belchor, op. cit.), a qual é capaz de revelar aspectos sócio-culturais relevantes acerca do falante, tais como a idade, a classe social, entre outros.
3) Processos de