Processo de trabalho na saude
A organização e a gestão dos processos de trabalho em saúde, em especial do trabalho de uma equipe na atenção básica, constituem um dos eixos centrais da reordenação da atenção à saúde no SUS. O Programa Saúde da Família (PSF) foi formulado pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS) no ano de 1993, e no final do ano de 2002 já estava implantado em 4.114 municípios brasileiros. Conta com 16.192 equipes de saúde da família e faz a cobertura de 53 milhões de pessoas.
Segundo Pires (1994), o “trabalho em saúde é um trabalho essencial para a vida humana e é parte do setor de serviço . É um trabalho da esfera da produção não material, que se completa no ato de sua realização. Não tem como resultado um produto material, independente do processo de produção e comercializável no mercado. O produto é indissociável do processo que o produz ; é a própria realização da atividade”.
Aponta, também, que hoje, em sua maioria, esse trabalho é coletivo, realizado por diversos profissionais de saúde e diversos outros grupos trabalhadores que desenvolvem uma série de atividades necessárias para a manutenção da estrutura institucional. Envolve características do trabalho assalariado e da divisão parcelar do trabalho, bem como características do trabalho profissional do tipo artesanal.
Algumas categorias profissionais executam o seu trabalho aplicando características da divisão parcelar do trabalho, como, por exemplo, a enfermagem e a farmácia-bioquímica, nas quais se encontra a fragmentação de tarefas sob o controle gerencial dos profissionais de nível superior.
“O trabalho é compartimentalizado, cada grupo profissional se organiza e presta parte da assistência de saúde separado dos demais, muitas vezes duplicando esforços e até tomando atitudes contraditórias. Os profissionais envolvidos dominam os conhecimentos para o exercício das atividades específicas de sua qualificação profis- sional , no entanto, os médicos, no âmbito do trabalho coletivo