Processo de Substituição de Importações
A crise de 1930, iniciada nos Estados Unidos, repercutiu rapidamente chegando ao Brasil por meio de uma rápida queda na demanda por café, acompanhada da forte queda dos preços do mesmo. Outro impacto importante da crise foi a reversão dos fluxos de capital.
Neste período diminui-se a entrada de capital externo, dando vez ao capital interno através do investimento em indústrias de base, tal fato denominado de deslocamento do centro dinâmico. Sendo esta a resposta dada à crise pelo governo de Getúlio Vargas.
De acordo com o gráfico 14.1 do arquivo GREMAUD (2008) Cap 14, contata-se que setor industrial passa a ganhar espaço, em detrimento do setor agrícola, na geração de valor adicionado na economia brasileira.
A crise da economia mundial acabou por gerar efeito negativo no Brasil. Esse desempenho da economia brasileira, nos anos 30, pode ser explicado por uma política de governo que pode ser considerado heterodoxa (diferente do senso comum). Tais medidas foram: a política da “Manutenção da renda” e o “deslocamento da renda”.
Manutenção da renda:
A manutenção do nível de renda, evitando uma queda mais acentuada, foi feita essencialmente por meio do reforço da política de defesa do café. Devido as imensas dificuldades nas vendas, o governo decidiu por estocar café e acabou por queima-lo.
Sendo este um tipo de política keynesiana de sustentação da demanda agregada. Assim, mesmo pagando o preço mínimo baixo para os cafeicultores, esse preço ainda viabilizava a realização da própria colheita e, portanto, o emprego e a renda de muitas pessoas. Assim como permitia a manutenção de parte do efeito multiplicador.
Deslocamento da demanda:
Ainda que a produção fosse mantida baixa, existia ainda o problema do balanço de pagamentos, causado pela queda nas exportações de café e na entrada de recursos externos. Para solucionar tal problema foi feita uma moratória sobre parte da dívida externa do país e permitida uma grande desvalorização da moeda