Processo de Internalização e a Cultura
O processo de internalização consiste no desenvolvimento de modos culturais de pensamento e ação. Esses modos são significativos para o processo de ensino-aprendizagem, pois tem início nas relações sociais, onde as trocas remetem necessariamente à psicologia sócio-histórica como paradigma de nossas reflexões. O compartilhamento de conhecimentos entre adultos e crianças faz com que características psicológicas humanas e culturalmente organizadas se desenvolvam.
Essa psicologia sócio-histórica traz a concepção de que todo homem se constitui como ser humano através das relações estabelecidas desde o nascimento, pois somos socialmente dependentes e participamos de um processo histórico, no qual de um lado, temos visões sobre o mundo em que vivemos, e do outro lado, podemos construir nossa visão pessoal sobre este mesmo mundo.
A história de nossa vida caminha de forma a se cruzar com outras muitas histórias, pois estamos inseridos em um tempo e em um espaço. Por isso, passamos a construir nossa história sempre com a participação dos outros, nos constituímos como seres humanos passando sempre pela vivência com outras pessoas até nos consolidarmos adultos. O indivíduo se transforma de criança em adulto processando internamente sobre as diversas visões do mundo que convive, por meio de seu livre-arbítrio.
Na teoria sociointeracionista de Vygotsky, a criança reconstrói internamente uma atividade externa, como resultados de processos interativos que se dão ao longo do tempo. Essa reconstrução interna é denominada dupla estimulação: tudo que está no sujeito, existe antes no social (interpsicologicamente) e quando é apreendido e modificado pelo sujeito e devolvido para a sociedade, passa a existir no plano intrapsicológico (interno ao sujeito). A criança vai aprendendo e modificando. Vygotsky salienta que as possibilidades que o ambiente proporciona ao indivíduo são fundamentais para que este se constitua um sujeito lúcido e