PROCEDIMENTOS POÉTICOS À
POEMA : ARTE POÉTICA
Jéssica de Lima 2
Poeta francês (30/3/1844-8/1/1896). Representante do parnasianismo, é também um dos líderes do movimento simbolista na França. Paul-Marie Verlaine nasce em Metz e estuda no Liceu Bonaparte, em Paris. Seus primeiros trabalhos, incluindo Poèmes Saturniens (Poemas Saturninos, 1866), são caracterizados pelo anti-romantismo parnasiano. O simbolismo é um movimento que atravessa o final do século XIX, e que exprime a tonalidade de uma época, conciliando o cosmo e a psique. A experiência poética associa-se, então, à meditação metafísica. A beleza torna-se um ideal, com a rejeição lógica da sociedade “ burguesa”. Há um desencanto generalizado, o mundo entra em crise , o escritor afirma-se “ decadente”, e refugia-se num universo imaginário, construindo uma filosofia do nada, do aniquilamento, da desesperança e do cepticismo.
Visto à luz da cultura europeia, o Simbolismo reage às correntes analíticas dos meados do século XIX. O simbolismo exprime o desgosto das soluções racionalistas e nesta reconhece o correlato da burguesia industrial em ascensão; recusa-se a limitar a arte ao objeto, à técnica de produzi-lo, a seu aspecto palpável; enfim, espera ir além do empírico e tocar, com a sonda da poesia, um fundo comum que susteria os fenômenos, chame-se Natureza, Absoluto, Deus ou Nada.
( Alfredo Bosi. Historia da Literatura brasileira. 2. Ed. São Paulo: Cultrix, 1975.p. 293)
Os simbolistas opuseram à estética plástica do Parnaso um constante anelo de musicalidade. Essa musicalidade se fazia o suporte sonoro do amor ao vago, aos valores da sugestão, a abundância das reticências, no poema simbolista típico, é apenas o signo esterno de uma reticência interior, de uma semântica da intuição, fundamentalmente distinta da eloquência exclamativa dos parnasianos.
Em 1884, com sua publicação de seu Art Poètique, Verlaine propõe uma nova forma de escrita, não menos sintática ou erudita, mas