Problemas de alimentação em crianças com doença do refluxo gastroesofágico*
Larissa Vieira DrentI; Elizete Aparecida Lomazi da Costa PintoII
IFonoaudióloga. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
IIMédica Pediatra. Professora Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas. Professora Assistente Doutora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas
Endereço para correspondência
RESUMO
TEMA: a queixa de problema alimentar é freqüente na faixa pediátrica, podendo apresentar associação com problemas de motilidade digestiva superior. A doença do refluxo gastro-esofágico (DRGE) é considerada hoje em dia um dos fatores de risco para o desenvolvimento de problemas de alimentação.
OBJETIVO: verificar a ocorrência de problemas de alimentação em pacientes com DRGE definida pelo exame de pHmetria esofágica de 24 horas.
MÉTODO: estudo analítico observacional transversal da das funções estomatognáticas e do comportamento alimentar em crianças com quadro clínico de DRGE e crianças saudáveis.
RESULTADOS: foram avaliadas 25 crianças (45,68 ± 34,22 meses; média e desvio padrão) com diagnóstico de DRGE realizado por meio da pHmetria e 40 crianças (60,65 ± 36,07 meses) sorteadas do grupo escolar. Os critérios para a solicitação do exame de pHmetria foram a presença de manifestações como vômito, regurgitação, chiado e pneumonias de repetição. Não houve diferença significativa entre as médias de idade. Houve ocorrência estatisticamente significante (p < 0,05) de problemas de alimentação (PA) e distúrbio das funções orais (distúrbios de sucção, mastigação e deglutição) no grupo de crianças com DRGE. PA de ordem comportamental esteve presente em 44% dos casos e PA de ordem estomatognática em 80%. Cerca de 64% das crianças apresentaram histórico de queixa de problema alimentar, 36%