Problema metafísico
PROBLEMA METAFÍSICO
Após a morte de Aristóteles a sua biblioteca foi passando de mão em mão, até que em 86 a. C., Sila conquistou Atenas e levou os manuscritos para Roma onde encarregou Andrônico de Rodes para cuidar da edição completa da obra. Andrônico subdividiu os manuscritos em obras lógicas, físicas e metafísicas, morais e poéticas.
Após ter separado as obras de física Rodes se deparou com várias obras sem nome, resolvendo então denominá-los “os livros que vem depois da física” (metà tà physicà).
O nome próprio da obra passou a designar aquela parte da filosofia que se ocupa das causas últimas, dos princípios supremos constitutivos das coisas.
1. OBJETO DA METAFÍSICA
A ideia que dá vida à investigação metafísica, é a preocupação de descobrir as razões supremas da realidade.
A possibilidade da metafísica foi posta em questão pelos céticos, empiristas, positivistas, materialistas, marxistas e pelos analistas da linguagem.
Não é totalmente verdadeiro que quando os filósofos discutem sobre a realidade das coisas, sua origem, seu ser, sua natureza, seu devir, etc., discutem apenas sobre o signifcado dos termos “realidade”, “origem”, “natureza”, “ser”, “devir”, pelo simples motivo que as divergências entre os filósofos não são de natureza diferente daquelas existentes entre os cientistas. Não são apenas discordâncias verbais, a discordância não tem como assunto o significado das palavras, mas sobre as próprias coisas. Tampouco é verdade que o homem é dotado somente de conhecimentos sensitivos. Também temos um conhecimento mais elevado que o sensitivo, de natureza intelectiva, capaz de alcançar a verdade dentro de certos limites.
Aristóteles estabelece o objeto da metafísica com a expressão : “o ser enquanto ser e as propriedades que o acompanham necessariamente”. Quase todos os filósofos concordam com essa definição. Quem faz a metafísica procura saber o mistério do ser dos entes com o propósito de descobrir o que é que lhes dá consistência, e os