Prisões da miséria resumo
Loïc Wacquant aborda profundamente as ações do Estado neoliberal, as quais são praticadas pelos Estados Unidos da América, que é levado como exemplo para o mundo.
O autor expressa que o Estado neoliberal visa o livre mercado econômico, ignorando medidas assistencialistas que possam impedir o aumento da criminalidade. Com o predomínio do capital sobre o social, é necessário reforçar as atividades que procuram garantir a "segurança". O descuido do Estado com os mais débeis economicamente, isto é, aqueles que não conseguem sobreviver dignamente e vivem na miséria, poderá provocar a marginalização dos indivíduos, no sentido em que estes se sentem desprotegidos de um “Estado providência”. Por consequências desta política desastrosa, os miseráveis assumem um papel de estranhos e perigosos aos olhos de um aparelho estatal guiado por uma elite que procura excluí-los.
Wacquant indica que, a partir da denúncia do contrato social fordista-keynesiano, o setor privado traz uma contribuição decisiva à concepção e à realização da política pública. Ele ainda complementa que os países, partidos, políticos e professores eram em favor de um Estado mínimo para o que diz respeito aos privilégios do capital e à utilização da mão de obra, os quais exigem hoje um Estado máximo para mascarar e conter as consequências sociais nocivas à saúde, nas regiões inferiores do espaço social, da desregulamentação do trabalho assalariado e da deterioração da proteção social.
Esta ideologia política constitui o programa de “tolerância zero", aplicada em Nova Iorque. Com uma espécie de dogmatização da criminalidade e suas causas, as autoridades norte-americanas foram doutrinando a população a não mais tolerar sua própria miséria. Então, desta forma, criou-se um ambiente de inconformidade com o convívio com os criminosos que, por qualquer desvio, ou suspeita de desvio na ordem pública, são excluídos do ambiente social. O controle dos pobres