Principais revoltas populares durante a República Velha
A principal revolta foi a Guerra de Canudos, que durou dois anos (1896-1897) e aconteceu no Nordeste, uma região afetada pela fome, pela seca e totalmente abandonada pelas autoridades políticas. Em novembro de 1896 no sertão da Bahia iniciou um conflito que tinha uma conotação fortemente espiritual e era liderado por um homem chamado de “Beato Conselheiro”, que acreditava ter sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e com alguns “pecados” do regime republicano, como por exemplo a cobrança dos impostos e o casamento civil. Os mais pobres se juntaram a ele, acreditando nesta “salvação” que ele prometeu e começaram a Guerra de Canudos. Em pouco tempo este movimento atingiu grandes proporções e muitos revoltosos aproveitaram do conflito para praticar roubos, vandalismos e atos totalmente contrários ao ensinamento religioso proposto pelo chefe da revolta. O Governo da Bahia não conseguiu conter esta revolta sozinho e pediu ajuda ao governo da República, mas a empresa não foi fácil: depois de três combates infrutíferos, as forças republicanas conseguiram cercar os revoltosos, que passaram vários dias sem poder se alimentar e acabaram sofrendo um grande massacre que não poupou nem as mulheres e as crianças; foi assim, tragicamente, que terminou a Guerra de Canudos. Este conflito foi determinado pelas condições em que viviam as populações nordestinas, acabadas pela fome e pelas privações e mostrou a grande força deste povo, que resistiu corajosamente durante todo o conflito na luta pelos seus ideais. Porém, a dura repressão que sofreram estas populações foi prova do total descaso do governo com as condições de vida precárias dos mais