Primórdios da Revolução Capitalista
(“Uma utopia militante.Repensando o socialismo” – Paul Singer)
Em termos econômicos, o fim da idade média marcou, principalmente, a ruptura da auto suficiência feudal e o renascimento comercial. As forças produtivas passaram a se desenvolver a partir de relações sociais assalariadas ou na forma de produção por encomenda. A partir desse momento, quando o capital começou a penetrar na produção, teve início a revolução social capitalista.
Singer distingue duas revoluções sociais capitalistas:
Passagem da servidão a produção simples de mercadoria (monetização das relações de produção)
Passagem da produção simples de mercadoria ao capitalismo
As relações de produção capitalista se expandiram aos poucos, nos interstícios dos modos de produção existentes, em diferentes períodos em cada país. Em seus primórdios, o modo de produção assalariado adotado pela burguesia capitalista competia com o modo de produção dominante, caracterizado pelo monopólio das corporações de mestres artesãos. A medida que a burguesia foi acumulando capital e expandindo sua produção,foi também ocupando o espaço dessas corporações monopolistas.
No entanto, a expansão do modo de produção capitalista tinha dois fatores limitantes: a oligarquia detentora de privilégios monopolistas e os conflitos com o proletariado nascente. A revolução industrial proporcionou à empresa capitalista as condições decisivas para que a revolução capitalista fosse adiante.
A revolução industrial ocorreu inicialmente na Inglaterra onde a liberdade empresarial e a unificação econômica do território levaram a um aumento da produtividade e a um menor custo de subsistência. O crescimento do poder aquisitivo e do padrão de consumo da população fez surgir um mercado interno favorável ao desenvolvimento de manufaturas.
A produção manufatureira capitalista acontecia principalmente nas zonas rurais. Os artesãos, que também possuíam terras e praticavam a agricultura,