Primeiro Reinado

As ideias liberais tornaram-se fortes na Europa ao longo dos séculos XVIII e XIX. Entretanto, quando chegaram ao Brasil, foram adaptadas a realidade para se tornar arma de manipulação pelas elites, dando às camadas menores a falsa impressão de um processo de transformação que tendia a ser benéfico a todos. Esses pensamentos também foram a base de muitos movimentos sociais, a exemplo dos emancipacionistas.
O latifúndio, a escravidão, a elitização e os princípios monárquicos mantiveram-se presentes na sociedade, suprimindo os conceitos de república, abolicionista e igualdade social. Muitos sonhos ou ideias só seriam atingidos décadas mais tardes e, ainda assim, com grandes restrições à verdadeira simbologia auen as palavras possuem em sua essência.
No Brasil, os adeptos do liberalismo pertenciam, em geral, nos primeiros tempos, às categorias rurais e seus agregados. Na sua primeira fase, essa corrente de pensamento constituiu-se, antes de tudo, em um movimento opositor a metrópole, ao absolutismo real e ao sistema colonial. A luta por igualdade e igualdade era também uma reivindicação pelo fim dos monopólios e das restrições fiscais.
Se conquistasse a independência, os liberais estariam atingindo o objetivo básico: libertar o país das restrições impostas pelo pacto colonial. Posteriormente, a meta seria organiza-lo de forma que os grupos que haviam encabeçado o movimento assegurarem para si o controle do poder.
Deve-se lembrar que, no episódio da Revolução Liberal do Porto, a grande intenção da Corta portuguesa, ao levar D. João VI de volta a Portugal, era iniciar um processo de relcolonização dentro do território brasileiro, que perderia, assim, a sua condição de Reino Unido a Portugal e Algarves e voltaria a ser fonte de penda para os lusitanos, que haviam amargado anos de carestia durante a estada da Corte em terras brasileiras. A vontade lusitana não agradou os comerciantes brasileiros nem ingleses, os quais acabaram criando entre si uma aliança interessada