Primeiras escolas
BREVES REFLEXÕES SOBRE AS PRIMEIRAS ESCOLAS NORMAIS NO
CONTEXTO EDUCACIONAL BRASILEIRO, NO SÉCULO XIX
Angela Maria Souza Martins
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
NEB/NEPHEB
Reflexões preliminares sobre a institucionalização da Escola Normal
No mundo contemporâneo, a escola tornou-se uma das principais instâncias culturais, uma espécie de ‘agência’ com a tarefa de transmitir elementos culturais e reproduzir/transformar normas sociais e políticas. Há uma profunda relação entre educação e cultura.
A esse respeito Forquin esclarece:
Se toda educação é sempre educação de alguém por alguém, ela supõe sempre também necessariamente, a comunicação, a transmissão, a aquisição de alguma coisa: conhecimentos, competências, crenças hábitos, valores, que constituem o que se chama precisamente de “conteúdo” da educação [...] este conteúdo que se transmite na educação é sempre alguma coisa que nos precede, nos ultrapassa e nos institui enquanto sujeitos humanos, pode-se perfeitamente dar-lhe o nome cultura (FORQUIN, 1993, p.10).
Desde o momento de sua institucionalização a escola, enquanto instância reconhecida socialmente como ‘locus’ de produção e reprodução da cultura erudita, tornou o ‘ethos’ propício para o cultivo de uma cultura específica, a cultura pedagógica que resulta de representações, procedimentos e práticas educacionais que consolidam a postura do ser professor e do ser estudante. As representações veiculadas e fortalecidas no ambiente escolar criam identidades fundamentais para o reconhecimento profissional do professor, como também servem para a construção de posturas do ser estudante. Isto porque as representações que construímos do mundo que nos cerca são simultaneamente subjetivas e objetivas, passivas e ativas, ou seja, refletem uma determinada conjuntura sócio-cultural, mas são também instauradoras de alguns procedimentos de nossas ações no cotidiano.
Lembramos também que a escola frutifica