Primas da política enquanto ciência

Os dois grandes sistematizadores do pensamento político, Platão e Aristóteles, entendiam a política como a arte referente à organização, direção e administração de nações ou Estados. Contudo, somente no Renascimento que a política ganha dimensão de ciência, com Nicolau Maquiavel, que através da diversidade normativa indica um curso de ação a ser seguido em governos monárquicos e republicanos como em suas obras O Príncipe e nos Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio , demonstrando assim a maior conceituação de política enquanto ciência : o estudo da teoria e prática da política e a descrição e análise dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos e do comportamento político , envolvendo o estudo da estrutura e dos processos de governo.
Para a realização de um estudo epistemológico e não reducionista, podemos estudar a ciência política sob uma análise tríplice do Estado: o Estado como fato social (prisma sociológico),como idéia (prisma filosófico) e como fenômeno jurídico (prisma jurídico).
O Estado enquanto fenômeno político é um fato social por excelência que segundo a definição durkheimiana é a sociedade que explica o indivíduo já que seus comportamentos e ações são produtos sociais, por tal razão os fatos sociais são coercitivos e exteriores, ou seja, a política é um dos fatos sociais que condicionam o individuo.
O estado enquanto idéia estabelece o sentido teórico( a doutrina) e no sentido prático, referindo-se ao passado, ao presente e às possibilidades futuras. Nesse campo, cabe a racionalização do poder(o que é poder), a legitimação das bases sociais em que este repousa e investiga o poder político, a essência dos partidos , sua organização,sua técnica de combate e proselitismo,sua liderança.
Contudo há ainda a necessidade de conceituar o Estado como fenômeno jurídico, então surge Kelsen com a teoria pura do direito representando uma ideologia a serviço dos interesses de justificação do Estado moderno e do