Prevenção do trabalho infantil no Carnaval | Opinião | O POVO Online
Antonio de Oliveira Lima1
Enquanto milhões de pessoas estarão se divertindo, desfilando ou assistindo aos desfiles de escolas de samba, nos blocos de rua, nas praias e em outros tipos de festas, outras irão trabalhar no carnaval. Comércio e serviços são as principais atividades que demandam mão de obra nesse período. Parte dos trabalhadores contratados são crianças e adolescentes, cujos direitos fundamentais são violados. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE, mais de três milhões de crianças e adolescentes estavam em situação de trabalho em 2013. Desse total, cerca de 60% trabalhavam na condição de empregado, a maioria sem carteira assinada. Outros 7% trabalhavam por conta própria.
Trabalho autônomo ou na condição de empregado, sem carteira assinada, é o mais comum entre as crianças e adolescentes que trabalham em grandes eventos, como o Carnaval. Para prevenir e combater esse tipo de exploração, órgãos e entidades se mobilizam em todo o país, com campanhas, blitz educativas e inspeções, principalmente nas cidades que concentram o maior número de foliões. Nas capitais a mobilização tem sido feita por meio da Agenda de Convergência, estratégia de atuação concentrada dos órgãos e entidades do sistema de garantia de direitos em defesa da criança e do adolescente em grandes eventos. A estratégia, bem sucedida nos jogos da Copa do Mundo de 2014, será replicada no carnaval deste ano.
Um dos órgãos que tem participado ativamente dessas mobilizações é o Ministério Público do Trabalho, através da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância). Durante o Carnaval, além de participar dos eventos da Agenda de Convergência em todo o país, o MPT intensificará a campanha “trabalho infantil não é legal” nas cidades de Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, chamando a atenção de todos para não comprar