Prevenção de doença sexualmente transmissível
A epidemia de Aids no Brasil tem sofrido mudanças importantes nos últimos anos. Atualmente a infecção pelo HIV acomete um grande número de mulheres, com aumento da incidência em populações mais pobres e crescente notificação em cidades do interior do País.
Dados recentes do Ministério da Saúde6 mostram que, de um total de 151.298 casos acumulados de
Aids, 25,6% foram em mulheres, grupo que teve um aumento de 75,3% de 1994 a 1998. No mesmo período, o número de casos cuja forma de exposição foi relação heterossexual teve um crescimento de 113%, enquanto o grupo de homens homossexuais ou bissexuais cresceu apenas 8,6%.
As desigualdades nas relações de gênero têm sido descritas como importante fator para explicar as dificuldades de adoção de medidas de prevenção pelos jovens, pelos homens e pelas mulheres.1,2,5,8,13 O uso da camisinha feminina é ainda restrito, e negociar relações sexuais seguras é difícil para grande parte das mulheres.5 Dessa forma, programas direcionados à mudança de atitudes e de práticas masculinas em relação à prevenção de DST e Aids podem constituir uma estratégia de prevenção promissora, principalmente se direcionada à população jovem.7,13
Estudos realizados com jovens mostram que a heterogeneidade entre eles indicaria programas diferenciados segundo o sexo.1,5,6 Ainda que vários projetos tenham sido desenvolvidos com populações dessa faixa etária, focalizando conhecimentos e atitudes em relação à prevenção, não existe relato desse tipo de trabalho desenvolvido com atletas, principalmente no Brasil. Diversos autores10,16 apontam o esporte como uma atividade predominantemente de homens e de fundamental importância para a construção da identidade masculina; advertem sobre o papel do esporte na reprodução da hegemonia masculina, sobretudo pela naturalização de suas práticas e organização hierárquica.10
O mundo do esporte, e principalmente do futebol, pode constituir importante espaço para divulgar