Prevalência de parasitos em escolares
2 INTRODUÇÃO
A ampla distribuição geográfica de enteroparasitos nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, sofre variações devido às condições sanitárias, o nível sócio-econômico, o grau de escolaridade, a idade, os hábitos de higiene, entre outros fatores (MACHADO et al., 1999; ROCHA et al., 2000). As parasitoses intestinais constituem um grave problema de saúde pública, sobretudo nos países mais pobres, sendo um dos principais fatores debilitantes da população e freqüentemente associados a quadros de diarréia crônica e desnutrição (LUDWIG et al., 1999).
Nos grandes centros urbanos de cidades brasileiras e em outras áreas, onde o processo de urbanização ocorre desordenadamente, também aumentam os problemas ambientais e, conseqüentemente, as populações dessas áreas estão em maior risco de adquirir doenças (RAMALHO, 1999). As diarréias são causadas, na sua maioria, por vírus e bactérias, no entanto, os parasitos intestinais principalmente os protozoários, também podem causar o processo diarréico nas áreas onde as enteroparasitoses são endêmicas (MOTTA & SILVA, 2002).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta sobre a alta freqüência das doenças parasitárias na população mundial, estimando que cerca de 980 milhões de pessoas estejam parasitadas pelo Ascaris lumbricoides e 200 milhões pelo Schistosoma mansoni (MARQUES et al., 2005). As parasitoses intestinais atingem índices até 90% nos países subdesenvolvidos, ocorrendo um aumento significativo da freqüência à medida que piora o nível sócio-econômico e de condições sanitárias. O estabelecimento da doença e o não tratamento comprometem o desenvolvimento físico e intelectual, particularmente das faixas etárias mais jovens da população, principalmente crianças em idade escolar (KRAUSZ et al., 1970; CHIARI et al., 1980; TORRES et