Prevalência da depressão pós-parto e sua relação com o trastorno bipolar à longo prazo
Ligia Célia Leme Forte Gonçalves
Pós-Graduanda em Psiquiatria
RESUMO: A depressão pós-parto é uma condição que afeta de 10 a 15% das mulheres no pós-parto. Apresenta uma alta prevalência, tendo como hipótese de causa etiológica esteja relacionada à causa hormonal e os fatores de risco relacionados às questões biológicas, sociais e psicossociais. Neste sentido, a patologia mental mais frequente no período pós-parto são as perturbações do humor, que se manifesta por um conjunto de sintomas como irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade, sentimentos de incapacidade de lidar com as novas solicitações. O conhecimento destes aspectos reveste-se de grande importância considerando as prejudiciais às mães bem como o desenvolvimento cognitivo, social e emocional de suas crianças, levando à longo prazo a uma incapacitação das mesmas pela ausência do diagnóstico precoce.
PALAVRAS – CHAVE: Depressão-Pós Parto, Transtorno Bipolar, Depressão Maior, Saúde Mental.
INTRODUÇÃO
O período puerperal é uma fase de grande importância e que exige cuidados especiais à mulher. É marcado pela experiência de gerar, parir, cuidar e por várias alterações físicas e emocionais. Esta é uma fase que exige grande capacidade de adaptação da mulher, e requer atenção e acompanhamento contínuo da família e dos profissionais da saúde (BARROS, 2002).
O puerpério é definido como um período que vai da dequitação à volta do organismo materno às condições pré-gravídicas. Este processo tem duração de aproximadamente de 6 a 8 semanas. Este período é dividido em três fases:
- Imediato: 1º ao 10º dia após o parto;
- Tardio: 11º ao 45º dia;
- Remoto: a partir de 46º dia
Essas fases são marcadas por um período rico e intenso