PreTextos
Junho 2010
Trimestral
Gratuita
Editorial
Edmundo Martinho
Presidente do Conselho Directivo
Instituto da Segurança Social, I.P.
Este número da Pretextos, além da variedade de temas que já caracterizam esta revista, traz-nos uma reflexão aprofundada sobre a criança e a família.
acesso a bens e serviços que assegurem qualidade de vida, a todos deve ser prestado apoio nas adversidades, a todos deve ser assegurado o mínimo de dignidade, criando desta forma uma sociedade coesa e justa.
O conceito de família tem sofrido alterações, fruto da evolução das próprias sociedades. Podendo assumir diferentes configurações, não deixa, no entanto, de ser um dos principais pilares de suporte aos indivíduos.
O recente estudo intitulado "Necessidades em Portugal. Tradição e tendências emergentes", que pode ser encontrado no livro À Tona de Água, da editora Tinta-da-china, revela que muito do bem-estar e felicidade sentidos pelos portugueses tem a sua origem nas redes de suporte familiar e de amizade.
Numa época em que a discussão sobre o Estado Social surge com uma intensidade há muitos anos não sentida, é importante relembrar a sua origem a nível europeu e a sua importância no que respeita a Portugal.
O Estado Social surge na Europa exactamente como um mecanismo de equilíbrio de forças, de promoção da coesão das sociedades, permitindo a sustentabilidade destas. Em
Portugal, o significativo reforço e consolidação do Estado
Social permitiu aos portugueses darem um salto de gigante.
As condições de vida, o acesso a bens e serviço, o apoio prestado, tornaram possível o país em que hoje vivemos.
Um país com educação para todos, com cuidados de saúde médicos para todos, com preocupações acrescidas com as camadas mais vulneráveis da população, com mecanismos sólidos de apoio.
Mas para a família cumprir a sua função de defender, de apoiar, de proteger, precisa também ela de ser cuidada. Em sociedades como a nossa, em que as