Prestação de cuidados ao filho de mãe portadora de hepatite b
Prestação de Cuidados ao Recém-Nascido, filho de mãe com Hepatite B
A Hepatite B é uma doença causada por um vírus ADN de dupla hélice, com um período de incubação longo (de 45 a 160 dias).
A transmissão é caracteristicamente por via hematogénea, através do sémen ou outros fluidos corporais. O risco aumenta nas populações com comportamentos de risco (promiscuidade sexual e abuso de substâncias). O estado de portador crónico é definido como AgHBs+ por mais de 6 meses ou IgM anti-HBc- e AgHBs+.
O filho de uma grávida portadora do vírus da hepatite B, pode ser infectado por via transplacentária (transmissão vertical – 1 a 2% dos casos), ao nascer (transmissão perinatal) e por exposição aos fluidos e sangue vaginal (98% dos casos). Raramente a transmissão ocorre no período pós-natal, por via fecal-oral, contacto com sangue, ou outros mecanismos (transmissão horizontal). O pai, se portador crónico pode ser fonte de transmissão horizontal.
Os factores que aumentam a possibilidade de infecção são: a presença materna de antigénio HBe (85% de probabilidade dos filhos ficarem portadores crónicos), a hepatite aguda materna no 3º trimestre e no período peri-parto, em que a mãe com elevado título de antigénio HBs (AgHBs) circulante. Se a mãe é AgHBs+ e AgHBe-, o risco de transmissão é muito diminuto.
As manifestações clínicas no adulto são muito variadas, indo da seroconversão laboratorial em indivíduo assintomático, passando pela doença sub-aguda, com manifestações extra-hepáticas inespecíficas (febre, anorexia, mal estar, artralgias, exantema), até hepatite aguda com icterícia, ou mesmo hepatite fulminante mortal. O portador crónico é geralmente assintomático, mas com grande possibilidade de evoluir para doença hepática crónica activa e/ou persistente, cirrose e hepatocarcinoma.
A clínica da hepatite neonatal é muito variada. Pode ocorrer prematuridade, especialmente se a doença materna é aguda