Pressupostos teóricos e metodológicos da educação infantil
ELAINE PUNTEL RIBAS DE AGUIAR
INTRODUÇÃO
A criança diferencia-se do adulto em diferentes aspectos, é uma diferenciação complexa e está atrelada a elementos como a cultura, ao momento histórico e aos papéis determinados pela sociedade. Este fato impossibilita analisar a criança somente pela sua “natureza infantil”, desvinculada das relações sociais e de produção existente em seu contexto de vida. Historicamente, houve um processo gradual de valorização e em relação aos sentimentos atribuídos à criança. A partir das mudanças econômicas e políticas da estrutura social pode-se perceber o reflexo na forma atual de tratamento que a escola e a família dão à criança.
Um breve histórico da Educação Infantil na Europa
Na Idade Média, de modo de produção e regime feudal, onde os senhores de terra possuíam o poder, legitimado e limitado pela Igreja e pelo Estado, a criança era considerada um pequeno adulto. A partir do século XIII, a Igreja Católica perde o poder com o surgimento da burguesia. No século XVI, começam as descobertas científicas. Surgem duas atitudes ambíguas no que se refere à concepção de criança: uma a considera como um ser ingênuo; enquanto a outra a considera imperfeita, traduzido pela necessidade do adulto moralizar a criança. Na Idade Moderna, a criança nobre é tratada diferentemente da criança pobre. Surgem as primeiras propostas de educação e moralização infantil. Na sociedade burguesa, o ensino é, primeiramente, para os meninos. A educação se torna mais pedagógica. Nessa época, surge o castigo corporal como forma de educação o qual é utilizado tanto pelas famílias quanto pelas escolas.Também surgem as primeiras creches. A partir da segunda metade do século XVII, a política escolar retardou a entrada das crianças nas escolas. A sociedade capitalista caracteriza a criança como um ser fraco e incompetente economicamente e que, portanto, o adulto deve cuidar. Na educação, cria-se o curso