Pressa0
Fernando S.F. Ribeiro Filho Eduardo C. Rosa Alessandra N. Faria Daniel D.G. Lerário Sandra R.G. Ferreira Oswaldo Kohlmann Maria-Teresa Zanella
Obesidade, Hipertensão Arterial e Suas Influências Sobre a Massa e Função do Ventriculo Esquerdo
RESUMO
Disciplina de Endocrinologia e Nefrologia, Departamento de Medicina e Departamento de Medicina Preventiva, Universidade Federal de São Paulo.
Para avaliar as influências da obesidade e da hipertensão sobre a massa de ventrículo esquerdo (MVE), estudamos 121 mulheres divididas em 4 grupos: não-obesas normotensas (n = 25), não-obesas hipertensas (n = 30), obesas normotensas (n = 24) e obesas hipertensas (n = 42) quanto a parâmetros antropométricos, ecocardiográficos e de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). As pacientes obesas hipertensas apresentaram maior MVE que os outros grupos - não-obesas normotensas, não-obesas hipertensas e obesas normotensas (167 ± 38,8 vs. 113 + 26,4; vs. 133 ± 26,5; vs. 132 ± 29,2g; p < 0,05, respectivamente) e maior diâmetro de átrio esquerdo (AE) quando comparadas aos grupos de não-obesas, tanto normotensas como hipertensas (36 ± 4,3 vs. 33 ± 5,1; vs. 35 ± 3,9mm; p < 0,05, respectivamente). Obesas normotensas apresentaram MVE similar à do grupo não-obesas hipertensas (133 ± 26,5 vs. 132 ± 29,5g; NS) e aumento de AE quando comparadas às não-obesas normotensas (35 ± 3,9 vs. 31 ± 4,6mm; p < 0,05). Detectou-se correlação entre a circunferência da cintura e a razão cintura-quadril com os níveis pressóricos à MAPA, assim como entre estas medidas e parâmetros ecocardiográficos que avaliam a massa cardíaca; o índice de massa corporal só se correlacionou ao diâmetro do AE. A correção da MVE pela altura ao invés da superfície corpórea aumentou a prevalência de hipertrofia de VE nas obesas (10,6 vs. 36,7%, p < 0,01), mas não nas nãoobesas. Ausência de descenso noturno da pressão arterial sistólica à MAPA (non-dipper) foi mais prevalente nas pacientes obesas,