Presenteismo
(por Fernanda Arechavaleta)
Nos Estados Unidos, fenômeno já é visto como o inimigo da produtividade. No Brasil, a maioria das empresas sequer sabe o que isso significa.
Tal como ocorre no corpo humano, em uma empresa todos os órgãos e membros precisam funcionar adequadamente para que se alcancem os melhores resultados - a saúde do corpo ou, nesse caso, da organização. Quando um deles apresenta uma disfunção, todo o organismo sofre e tem de despender mais energia para suprir aquela deficiência. Algo semelhante acontece nas empresas quando ocorre o chamado presenteísmo. Ao contrário do absenteísmo - quando o empregado simplesmente não vai trabalhar -, no presenteísmo a pessoa comparece ao trabalho, mas não consegue produzir como deveria ou de acordo com o que se espera dela. Nesse caso, os gestores enfrentam uma dupla dificuldade: em termos de produtividade.
Por essas razões, o presenteísmo já está sendo considerado, especialmente nos Estados Unidos, um inimigo oculto da produtividade.
"O presenteísmo pode ser entendido como uma doença organizacional. Como ocorre em outras disfunções relacionadas ao trabalho em equipe, ele não pode ser analisado isoladamente", afirma Beatriz Magadan, psicóloga organizacional e diretora da DRH Consultoria, de Porto Alegre. Na prática, o presenteísmo é decorrente de uma série de fatores que interferem na produtividade do empregado: o clima organizacional ruim, a falta de motivação para o trabalho e problemas de saúde - físicos ou psicológicos. Por isso, é muito mais complexo identificar o empregado "presenteísta" do que reconhecer o absenteísta ou, até mesmo, o workaholic - pessoa cuja vida pode, em casos mais graves, reduzir-se ao trabalho. Aliás, o workaholic pode ser um tipo de "presenteísta", já que nem sempre sua produtividade e eficiência correspondem ao elevado número de horas trabalhadas.
O presenteísmo começou a ser estudado na França, na década de 50, e voltou à tona mais