Presenca Cervantes
O texto trata da vida e obra de Cervantes, discutindo a importância da obra desse autor e levando em conta o contexto sociocultural da época em que ele viveu, tal como a situação da Espanha naquele período.
A Espanha, que sempre teve grande tradição artística, principalmente nos momentos menos gloriosos de sua historia, tem como um de seus maiores autores Cervantes, que soube retratar a condição humana como poucos antes e depois dele.
O autor do texto conta as desventuras vividas por Cervantes na guerra. Além de sofrer a antipatia do rei, ele sofreu uma mutilação na mão e foi escravizado em Argel, sendo resgatado apenas com a ajuda dos frades trinitários. Depois de solto teve alguns insucessos como dramaturgo, se tornando em seguida cobrador de impostos e sendo eventualmente preso. No cárcere, escreveu o primeiro volume de sua obra mais importante, Dom Quixote, que o trouxe fama apesar de não ter lhe rendido lucro.
Mudando o foco do texto para a obra Dom Quixote, o autor argumenta que a loucura do personagem título provém não apenas da sua propensão a se imaginar dentro de uma história de cavalaria como também por sua tendência a acreditar que a justiça era possível em um mundo onde valores como esse já não eram apreciados. Cervantes é então equiparado ao cineasta Luis Buñuel, já que os personagens de ambos os artistas tentam ajudar aqueles que não querem ser ajudados.
Por último, o autor mostra como a persistente crença de Dom Quixote em um mundo onde a justiça tem espaço expressa a forma como Cervantes, desiludido com a sociedade na qual vivia, realizou na imaginação o que na realidade seria impossível. Em outras palavras, deu brilho a uma Espanha historicamente obscura.