Preparação do Ator
O primeiro capítulo trata-se do registro de impressões sobre o estudo do Teatro, a partir das experiências dos estudantes, do diretor e do assisttente de direção, nesta turma que inicia o trabalho. O diretor pede aos alunos que elaborem uma cena, à sua escolha. Num primeiro momento pensam em coisas mais simples, mas depois, influenciados pelos colegas acabam por escolher Shakespeare. Eles ficam alguns dias ensaiando livremente, ou seja, de acordo com as suas referências de memória para criar as cenas e as personagens. Kóstia escolheu “Otelo” para representar, formando dupla com Paulo. No dia seguinte, chega atrasado no primeiro ensaio o que causou um constrangimento entre os colegas, ele e o assistente de direção. Que falou sobre a importância de guardar a melhor impressão do primeiro trabalho na vida de um artista. E, também, sobre o comprometimento com o grupo. Aqui fala da ‘vontade criadora’. E da disciplina que um ator precisa ter/adquirir. O atraso deveu-se a ele ter ficado se familiarizando com o papel de Otelo. Teve várias idéias atarvés de suas percepções, como o aspecto que o Mouro deve ter, por exemplo. Ele foi sempre repetindo a sua forma de ensaiar, de atuar. No primeiro ensaio entre Paulo e Kóstia, surgiu uma diferença com relação à concepção e da maneira de estudar o papel. O 1º se interessava pelos aspectos interiores da personagem, enquanto que para o 2º, o ambiente exterior era mais importante. Kóstia sentiu extrema dificuldade para se adaptar ao local de ensaio, que não era o seu quarto. Ele precisava de todas aquelas referências para resgatar a sua inspiração. E, nada do que havia pre-determinado, sozinho, se encaixava com a atuação de Paulo. Ficando claro, aqui, a importância de relacionar o papel com o contexto da história e com as outras personagens. Ele começa a questionar-se o por quê de sempre estar fazendo a mesma coisa em seus ensaios. Então, quando é obrigado a mudar o local de ensaio e a falar em voz baixa, percebe