preparação de amostras para análise microbiológica
1. INTRODUÇÃO
Os métodos usados para o isolamento e contagem de microrganismos presentes em alimentos sólidos ou pastosos exigem o tratamento prévio da amostra, de forma a transferir para uma fase líquida (geralmente uma solução isotónica, designada diluente) os microrganismos presentes no seu interior ou aderentes à sua superfície. Há pois que garantir uma homogeneização correcta da amostra, que é feita, normalmente, por processos mecânicos.
O procedimento mais vulgarmente utilizado consiste na trituração da amostra na presença do diluente, recorrendo-se, para tal, a trituradores eléctricos munidos de hastes com pás que giram a alta velocidade. Tal procedimento, ainda que prático e eficiente em termos de homogeneização, não é totalmente correcto do ponto de vista microbiológico. Por um lado, porque a acção mecânica violenta que é exercida sobre a amostra a analisar, pode provocar o seu aquecimento e, consequentemente, afectar a flora microbiana presente. Por outro, porque pode fragmentar estruturas filamentosas dos microrganismos (hifas de fungos, bactérias agrupadas, pseudomicélio de leveduras, etc.), conduzindo a resultados por excesso. Este procedimento é desaconselhado em amostras que contêm microrganismos patogénicos, devido à formação de aerossóis.
Para limitar as variações dos resultados, tornando-os minimamente reprodutíveis, é necessário que as condições de homogeneização sejam normalizadas. Ainda que tais parâmetros possam variar um pouco com o tipo de alimento a analisar, a experiência mostra que a velocidade do triturador deve estar compreendida entre 8000 e 45000 r.p.m. e o tempo de homogeneização ser o suficiente para se conseguir um total de 15-20000 rotações.
No sentido de ultrapassar os inconvenientes da homogeneização por trituração desenvolveu-se, posteriormente, um outro processo mecânico, mais suave, em que a amostra é sujeita a um batimento dentro de um saco esterilizado, preparado