Prefácio Madame Bovary
Guacira Marcondes MACHADO1
RESUMO: Os 150 anos de publicação de Madame Bovary proporcionam aos leitores de romance uma volta à obra de Gustave Flaubert, um dos maiores escritores do século XIX na França. Muito se escreveu lá e em toda parte sobre o autor, e pensamos que seria pertinente retomar os ensaios de três escritores franceses,
Charles Baudelaire, Guy de Maupassant, Marcel Proust e do crítico norte-americano,
Edmund Wilson, que escreveram diversamente sobre ele.
PALAVRAS-CHAVE: Madame Bovary. Gustave Flaubert. Estilo. Romance. Ensaios críticos. Os 150 anos de publicação de Madame Bovary proporcionam aos leitores de romance uma volta à obra de Gustave Flaubert, um dos maiores escritores do século XIX na França. Muito se escreveu lá e em toda parte sobre o autor, e pensamos que seria pertinente retomar os ensaios de três escritores franceses,
Charles Baudelaire (1995), Guy de Maupassant (1990), Marcel Proust (1987) e do crítico norte-americano, Edmund Wilson (1991), que escreveram diversamente sobre ele.
Charles Baudelaire (1821-1867), como Flaubert, sofreu um processo judicial, instaurado sob a alegação de imoralidade de seu livro Les Fleurs du
Mal. O processo que sofreu Madame Bovary correu entre janeiro e fevereiro de
1857 e o de Baudelaire em agosto do mesmo ano, tendo ele, diferentemente do romancista, sido condenado no dia 20 de agosto. Em 16 de outubro de 1857, ainda, o poeta publicou em L’Artiste um artigo sobre Madame Bovary, no qual aproveita para ironizar com desprezo os seus próprios juízes.
Guy de Maupassant (1850-1893) aprendeu a escrever e a se preocupar com as palavras e as coisas com Flaubert, que era amigo de sua família. Em
1876 e em 1884 escreveu dois ensaios sobre ele, nos quais fala de suas obras de maneira geral. Mas lembra precisamente, no primeiro deles, que Madame Bovary
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UNESP – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Letras – Departamento de Letras