Prefácio de Meta História
Prefácio:
Em Meta-história, Hyden White advoga o que seria o trabalho histórico: “uma estrutura verbal na forma de um discurso narrativo em prosa” (p.11). A partir daí o autor faz desdobramentos da sua tese sobre o que seria a história atentando para as maneiras pela qual ela é construída. Para White, o discurso da história necessariamente apresenta dados, conceitos teóricos para explica-los e uma narrativa que elege os dados como um conteúdo do passado. Quando opta por falar em narrativa White está colocando em questão a importância dos discursos como instituidores do que ocorreu no passado, ele atribui importância ao estilo da narrativa dos historiadores, ou, no caso do livro, daqueles que se propuseram a escrever sobre a história. Os componentes do trabalho historiográfico, especialmente o produto dele, a narrativa, “comportam um conteúdo estrutural profundo que é e geral poético e, especificamente, linguístico em sua natureza” (p.11). De acordo com Hayden White o que sabemos do passado é contado por meio de uma “impressão explicativa”. Esta impressão, por sua vez, são estratégias chamadas por White de explicação por argumentação formal, explicação por elaboração de enredo e explicação por implicação ideológica. Cada uma delas são usadas pelos historiadores para conseguir uma narrativa do passado. Assim, “o historiador realiza um ato essencialmente poético, em que prefigura o campo histórico e o constitui como um domínio no qual é possível aplicar as teorias específicas que utilizará para explicar ‘o que estava realmente acontecendo’ nele”. A palavra prefiguração parece próxima do que faz o historiador porque figura, constrói imagens, apresenta, representa. Se Paul Ricoeur disse, no que concordo, que a narrativa toma o lugar do passado é também o texto que colocará no leitor um conjunto de imagens que permitirá dizer “foi assim”. Esse processo de prefiguração possui regras