PRECONCEITO
O Serviço Social na área de ONGs e Movimentos Sociais
Rosangela Dias O. da Paz - professora da FSS/PUCSP
A atuação do Assistente Social em organizações não governamentais (ONGs) e movimentos sociais deve partir da reflexão sobre a configuração da sociedade civil brasileira, nos diferentes momentos históricos e de suas relações com o Estado e entre os diversos sujeitos sociais.
Historicamente, a relação do Estado com a Sociedade Civil no Brasil tem sido marcada pelo patrimonialismo - o uso privado da coisa pública (clientelismo, corrupção, etc), pelo autoritarismo (ausência de democracia, transparência, participação e controle social) e pela exclusão social (desigualdades sociais, negação sistemática de direitos de cidadania e de acesso à riqueza, bens e serviços produzidos no país). Esses aspectos caracterizam a cultura política brasileira e se reproduzem no cotidiano das relações sociais e políticas.
As fronteiras entre Estado e sociedade civil, público e privado, indivíduo e sociedade balizam o debate, juntamente com a discussão sobre projetos, perspectivas e proposições para a sociedade brasileira. Nesse sentido, falar em sociedade civil, movimentos sociais e ONGs implica numa visão histórica e na compreensão dos diferentes interesses e conflitos presentes na sociedade.
Com os anos 1990 e o início do século XXI um novo cenário se apresenta para os movimentos sociais e também para as ONGs. Por um lado, a situação social é agravada pela globalização neoliberal, pela flexibilização produtiva e reforma do Estado, e, por outro lado, a conquista e criação dos espaços institucionais (conselhos) e o estabelecimento de novas relações com as esferas governamentais colocam novos desafios de atuação.
As ONGs são organizações privadas de interesse público. O termo ONG é objeto de disputa de