Preconceito Linguístico
Variação linguística e preconceito
Da mesma forma que a humanidade evolui e se modifica com o passar do tempo, a língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade universal. Assim, é considerada um objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço. Existem quatro modalidades que explicam as variantes linguísticas: variação histórica (palavras e expressões que caíram em desuso com o passar do tempo); variação geográfica (diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas em regiões falantes do mesmo idioma); variação social (a capacidade linguística do falante provém do meio em que vive, sua classe social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade); variação estilística (cada indivíduo possui uma forma e estilo de falar próprio, adequando-o de acordo com a situação em que se encontra).
Mais um preconceito analisado é a tendência muito forte, no ensino da língua, de obrigar o aluno a pronunciar "do jeito que se escreve" , como se fosse a única maneira de falar português,PRECONCEITO LINGÜÍSTICO20 de Maio de 2006 71269 visualizações
O preconceito, qualquer que seja ele, é de um verdadeiro mau gosto. Mas não há, neste mundo, quem não tenha alguma idéia ou atitude preconceituosa. Porém, é uma virtude tentar se afastar o mais longe possível dessa praga, que, em alguns casos, é resultante da manipulação ideológica.
Doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), além de tradutor, escritor e lingüista, Marcos Bagno é autor de Preconceito lingüístico - o que é, como se faz (Edições Loyola). Bagno tenta desfazer a idéia preconceituosa de que somente quem fala de acordo com a Norma Culta