Preconceito infantil
INCLUIR significa oferecer “oportunidades iguais, malgrado as diferenças. Oportunidade de ter acesso a”. Lígia A. Amaral
PRECONCEITO E LITERATURA INFANTIL
Uma forma importante de superação do preconceito é a necessidade de uma estratégia a longo prazo centrada sobre crianças que ainda não tenham adquirido atitudes preconceituosas (pelo menos cristalizadas).
Segundo Soriano1, os principais preconceitos e flagelos ideológicos da humanidade já estão solidamente arraigados na consciência e, principalmente, na inconsciência da criança entre oito e doze anos. Segundo esse autor, é necessário conscientizar a criança desde muito pequena sobre a noção de direitos humanos: os seus direitos e deveres, os direitos e deveres dos outros e, sobretudo, a vontade de defender estes direitos.
A educação pode constituir-se em uma das vias principais para esta conscientização e um dos recursos de que pode utilizar-se é, sem dúvida, a literatura infanto-juvenil.
Entretanto, tem-se evidenciado que histórias infantis, em vez de superarem ou denunciarem preconceitos, podem se constituir em vias de disseminação e perpetuação dos mesmos. Muitas abordam a diferença sem a coragem de olhar de frente para a mesma; não dando possibilidade de convivência integrada com o ser diferente; não encarando a pessoa diferente como uma pessoa comum, mas sempre procurando enquadrá-la, como afirma Amaral2, em moldes de normalização, heroicidade ou vitimação.
(a ) Na normalização, a pessoa com deficiência tem quer ser o mais “normal” possível, deve agir e comportar-se o mais próximo possível das que não possuem deficiência.
(b) Na heroicidade, a pessoa com deficiência tem que ser a “heroína”, devendo suplantar todos os desafios e tornar-se super-pessoa, satisfazer a “ideologia da força de vontade”, isto é, depende exclusivamente dela a superação de seus limites.
(c) Na vitimação, a pessoa com deficiência há de ser a “vítima”, a “coitadinha, indefesa e infeliz”, apta para