preconceiro
Uma garota que vê um rapaz pela primeira vez em uma balada, por exemplo, irá chegar nele para paquerá-lo, pois acha ele bonitinho e tudo mais. Conversa vai, conversa vem e ela vai formando um conceito sobre ele (veja bem, ainda está em fase inicial de formação). Ela o acha muito legal, e conversando o pergunta: “onde é que você mora?” e ele responde: “no morro do Alemão”. Seu coração começa a acelerar, ela fica até branca. Todos os pré-conceitos que ela tinha sobre os moradores do morro do alemão poderão sobrepujar aquele instável conceito que ela estava criando sobre ele. Logo ela pode pensar “esse cara deve ser bandido também.”
Aí está o preconceito, pois julga todos os habitantes da favela baseando-se na ação de alguns. Mas ela continua a pensar “É melhor não me envolver. Vou dar um jeito de sair dessa sem levar um tiro – Meu Deus me tira daqui”, e desconversa todo o tempo com o rapaz até ir embora (sem ofendê-lo, pois morre de medo dele apontar uma arma na cara dela), deixando-o sozinho, apesar de ele ser um rapaz direito e honesto mais do que muitos amigos senadores de sal pai. Isso é discriminação – pode estar em uma palavra, um gesto e muitas vezes em um olhar.
Como ela, uma moça do Leblon iria ficar com um rapaz favelado? E se ela morresse? Se ele envolvesse-a no tráfico? Ela pensava que favela era sinônimo de drogas, violência e pobreza. Durante toda sua vida seus pais falaram isso, ela viu na TV, a sociedade a fez pensar assim.
Todos nós criamos preconceitos em relação as pessoas,