Pre projeto usuários de maconha no brasil
Vivemos em uma sociedade de instabilidade política e econômica, marcada por desigualdades e injustiças sociais, que se desenvolve num contexto de destrutividade e diminuição dos laços sociais. Seguindo esses fatores, o preconceito e a falta de informação atuam como mantenedores de tais aspectos sociais.
Ao se tratar de usuários de substâncias psicoativas, há de se considerar a relevancia econômica, social e até mesmo jurídica que constituem dentro de uma sociedade. Para estes casos, vê-se ainda uma certa dificuldade por parte das autoridades, profissionais da saúde e sociedade para lidar com a situação. Situação esta que envolve a todos, num contexto de violência, injustiça e liberdade, ou a falta desta.
Além do consumo de substâncias psicoativas envolver a todos, engloba também fatores diversos que vão da saúde à educação, por isso não há como focalizar apenas no âmbito legislativo na hora de discutir sobre as medidas a serem aplicadas aos que consomem tais substâncias. Como o próprio ECA prevê (arts. 112 a 130, Lei n° 8.069/90) sobre a intenção das medidas socioeducativas, é necessário atentar também para as medidas de proteção quanto ao consumo, para o trabalho junto aos fatores de risco relacionados e, de acordo com teóricos atuais, é preciso refletir sobre a efetividade das leis anti-drogas no Brasil.
É preciso ter um novo olhar para o usuário, a fim de compreender sua realidade e suas escolhas; não criminalizá-lo, mas educá-lo para uma perspectiva de vida diferente. Esta visão diferenciada acerca do usuário de substâncias psicoativas e as formas para lidar com o tráfico e a dependência química no Brasil, é defendida atualmente por teóricos e figuras públicas, como o sociólogo e ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que se baseiam em sistemas vigentes em outros países, que não atuam no combate às drogas, mas na educação e prevenção ao consumo.
Pensar em tais mudanças remete à necessidade de compreensão, cada vez maior,