praticas pedagogicas

Inicialmente desejo fazer três advertências ou expressar três suspeitas. A primeira é que os professores trabalham, enquanto nós fazemos discursos sobre eles. Não falamos sobre nossa própria prática, mas sobre a prática de outros que não podem falar, que não tem capacidade de fazer discursos. Esta situação sociológica, política e epistemológica pode ser uma explicação do que tem sido a investigação sobre professores.
A segunda advertência é de que não é possível falar sobre professores, porque entre minha pessoa e um professor do ensino fundamental há muito pouca semelhanças.
A terceira advertência: quando consultamos os repertórios bibliográficos da produção cientifica em revistas e catálogos que editam livros sobre nossa especialidade, encontramos o professorado como um dos temas de investigação preferidos.
Essas considerações fornecem as senhas para eu falar do estado da questão em relação a investigação dobre formação de professores se caracteriza por dois grandes traços, duas grandes tendência, a pós-positivista e a pós-weberiana.
O pós-positivismo formula alguns juízos bastante aceitos sobre a prática pedagógica.
A prática pedagógica é uma práxis, não uma técnica. E investiga sobre a prática não é o mesmo que ensinar técnicas pedagógicas.
O professor que trabalha não é o que reflete, o professor que trabalha não pode refletir sobre uma própria prática, porque não tem tempo, não tem recursos, até porque, para sua saúde mental, é melhor que não reflita muito.
Quer dizer, a prática não pode ser inventada pela teoria, a prática é inventada pelos práticos.
Além disso, é preciso atentarmos para o fato de que são metáforas criadas pelos que elaboram discursos sobre educação, não pelos que estão trabalhando as práticas em educação.
A racionalidade do sistema organizativo-educativo não existe como unidade, isoladamente; existe nos centros escolares. Os professores genericamente considerados não existem, existem as comunidades educativas, existem os