Praticas parentais e ansiedade
Ansiedade pode ser definida como um sentimento desagradável caracterizado por medo ou preocupação com algo novo ou estranho. Segundo Castillo, Recondo, Asbahr & Manfro (2000), os sintomas ansiosos (tais como inquietação motora, taquicardia, aperto no peito ou na garganta, sensação de sufocamento, sudorese e palpitação) estão presentes em muitos distúrbios psiquiátricos (por exemplo: depressão e esquizofrenia) e somente são caracterizados como transtorno de ansiedade quando a presença desses sintomas não pode ser explicada por nenhuma outra enfermidade.
Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns em crianças com taxas de prevalência que variam de 10 a 18% (Costello, Egger & Angold, 2005; Castillo et al. 2000). Esse distúrbio interfere em vários domínios do funcionamento humano, tais como nas capacidades intelectuais e acadêmicas, relacionais e emocionais da criança, seja na sua rotina diária, na escola, com a família e/ou nas relações interpessoais. Estudos mostram que esse problema é crônico e que se não tratado aumenta o risco de ansiedade, depressão, abuso de substancias e tentativas de suicídio na vida adulta (Drake & Ginsburg, 2012).
A causa dos transtornos ansiosos infantis é multifatorial, incluindo questões genéticas e ambientais (Drake & Ginsburg, 2012). Estudos demonstram a influência de diversos fatores no desenvolvimento da ansiedade infantil: genéticos, neurobiológicos, temperamento, processo de apego, práticas parentais, ansiedade parental, entre outros (Ollendick & Benoit, 2012; Zanoni, 2004).
É consenso entre os estudiosos entender a família como o primeiro e o mais importante contexto de socialização na infância. Pois, a criança, ao nascer, não se depara com um ambiente neutro, e sim, um cenário familiar onde existem expectativas, valores, regras e metas. Este contexto familiar é um componente essencial para