pratica
É recente a origem dos estudos propriamente chamados de Educação Comparada, antes de tudo por uma questão de fato. Se o objecto da Educação Comparada é os sistemas nacionais de ensino, não poderia ela existir antes que esses sistemas se viessem a organizar e a apresentar linhas definidas, o que só nos fins do século 18 e começos do século 19 se deu. Igualmente, seria preciso que, para isso, se viesse elaborar uma visão coerente do processo educacional como expressão da vida colectiva, o que só ocorreu a partir dessa época e, ainda assim, de modo algum tanto vago.
Houve, então, acentuada tendência para avaliação dos costumes do tempo e idéias de progresso mediante confronto com civilizações do passado, no desejo de formular padrões de vida derivados desses estudos, em oposição à influência de ideias de renovação de caráter revolucionário (cf. Graves, 1928).
Essa parece ter sido, realmente, a razão que determinou as primeiras pesquisas de História da Educação, como tais definidas. A organização dos sistemas nacionais de ensino, como agora os conhecemos, operou-se por efeitos de lentas transformações da vida política, social e económica das nações da Europa, desde as descobertas de novas terras em outros continentes que não a Europa até às guerras napoleónicas. Até então, os Estados se constituíam por admitir-se o predomínio de famílias imperiais, em obediência a princípios dinásticos, sustentados numa estrutura social que a todos parecia normal e estável. A forma de governo era a monarquia, de regime a princípio absoluto e, depois, constitucional. Sob a influência daquelas transformações, pensadores políticos procuraram firmar, porém, uma nova fundamentação – a de que cada nação devesse surgir de grupos humanos com certa unidade de origem e desenvolvimento cultural: a mesma língua, similaridade de costumes, comunidade de interesses, ideais e aspirações. Assim, a cada unidade cultural deveria corresponder uma unidade política, a