praia do pipa
Descendente de uma comunidade remanescente quilombola em Sibaúma, litoral sul do Rio Grande do Norte, Jucelino Celso, de 16 anos, começa a se revelar na produção de arte digital. Já o artesão Claudio Luz está tendo a oportunidade de manipular pela primeira vez na vida um computador e, pela Internet, vem ampliando o horizonte da sua produção de arte rupestre nordestina. Esses são apenas dois exemplos de histórias que começam a ser trançadas pela Rede Pipa Sabe, a primeira experiência mantida fora de São Paulo pelo projeto acadêmico Cidade do Conhecimento, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. O local escolhido é a praia de Pipa, um paraíso ecológico com cerca de 4 mil habitantes no município de Tibau do Sul, a 87 quilômetros de Natal. A chamada Primeira Onda de oficinas e atividades ocorreu ali no final de novembro e início de dezembro do ano passado.
“A Rede Pipa Sabe funciona como um laboratório de inovações para a formação e desenvolvimento de clusters, ou ‘arranjos produtivos locais’, pesquisando e participando da promoção do uso de mídias digitais e da inteligência coletiva na resolução de problemas em várias áreas aplicadas – saúde, educação, economia, cultura e governo”, explica o professor Gilson Schwartz, diretor da Cidade do Conhecimento e professor do programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP (leia a entrevista ao lado). “Na prática, vamos contribuindo para a formação de redes nacionais de informação e comunicação, o que é uma tendência muito mais ampla, em todo o mundo, em que as universidades desempenham um papel estratégico.” Para os organizadores do projeto, “jogar uma rede” sobre a região significa a possibilidade de puxar talentos e levantar empreendimentos de desenvolvimento sustentável – até porque o turismo local vem sofrendo com ações predatórias, que causam prejuízos ambientais e não trazem benefícios à maior parte da população.
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