prado junior
Publicado no fim de 2001
A formação das sociedades coloniais do Novo Mundo, o historiador lança mão de análises sobre realidades espaço-temporais recentes, como a Hong Kong ou a Berlim dos anos 90, na construção de uma rede conceitual que objetiva apreender o fenômeno da mestiçagem em seu sentido mais amplo. Esse aspecto torna a história, na perspectiva apontada aqui, uma disciplina que pensa o tempo e a cultura de modo não linear. O hibridismo é tema corriqueiro nas análises sobre as culturas pós-modernas. A globalização, no entanto, não é fenômeno recente, lembra Gruzinski.. O processo já ocorrera no Renascimento, com a unificação do comércio mundial pelas linhas marítimas transcontinentais capitaneadas por Portugal e Espanha, seguidos pela Holanda, Inglaterra, França. Esse foi o princípio da ocidentalização do mundo.. O trabalho apresenta, a todo momento, vínculos entre passado e presente, relativizando ambos. : “A complexidade é ao mesmo tempo uma questão de espaços presente, relativizando ambos: “A complexidade é ao mesmo tempo e de temporalidades”. Uma história, híbrida ela também, interface de inúmeras disciplinas, e que se volta sobre si mesma, resgatando espaços vazios, vácuos deixados para trás pelo etnocentrismo marcante dessa disciplina. Gruzinski vai buscar pesquisa realizada por um historiador alemão em 1889, trazendo-a à contemporaneidade. Seguindo os rastros da viagem de Aby Warburg ao Novo México, retoma suas anotações sobre a então percebida confluência das culturas renascentistas e indígenas. Warburg, precocemente superando barreiras disciplinares e realizando o que se poderia denominar uma etno-história, mergulhara no universo mítico hopi, aproximando-se da