PPRA
Alberto Feiden
INTRODUÇÃO
A aplicação das descobertas científicas à agricultura, principalmente da química desenvolvida por Lavoisier (1743-1797) e a aplicação de seus princípios à agricultura por Saussure (1767-1845), Bossignault (1802-1887) e principalmente por Liebig (1803-1873), seguida da implantação de estações experimentais de pesquisa agrícola, como a de Rothamstead na Inglaterra, provocaram uma verdadeira revolução nos conceitos de agricultura até então vigentes, a ponto de se chamar o processo de Revolução Agrícola Moderna (JESUS, 1985).
Uma visão mecânica do mundo e dos processos naturais resultou na concepção de que se for conhecido o funcionamento de todas as partes de determinado objeto de estudo, se terá um entendimento do funcionamento global desse objeto, e que os conhecimentos assim obtidos podem ser generalizados, permitindo fazer previsões de eventos resultantes de manipulação das partes constituintes do objeto. Dentro dessa concepção, o todo nada mais é que a simples soma das partes (NORGAARD, 1989).
Essa abordagem possibilitou grandes avanços científicos a partir de meados do século 19 e durante o século 20, servindo de base para o acúmulo de conhecimentos até hoje obtidos pela humanidade. Com essa mesma visão, os conhecimentos científicos foram aplicados a formas de manipulação dos processos naturais, para produzir bens tecnológicos úteis à sociedade humana, o que resultou no progresso técnico-científico que caracteriza a civilização atual.
A aplicação dessa visão mecanicista e reducionista aos sistemas naturais e especialmente à agricultura, apesar de proporcionarem extraordinários ganhos de produtividade, redução de preços e superávites na produção de alimentos, produziram efeitos negativos, tais como degradação do solo, desperdício e uso exagerado de água, poluição do ambiente, dependência de insumos externos e perda da diversidade genética.
A partir de 1960, iniciaram-se os