PPP Projeto CEL 2015
Pedagógico
2015
É esse o mundo em que vivemos, um mundo constituído de inúmeras diferenças, que cada pessoa, desde o momento da sua fecundação, vai acumulando sobre seus semelhantes.
Diferenças genéticas, econômicas, sociais, étnicas, religiosas, de gênero, de costumes, de gostos. Enfim, atributos que, muitas vezes, transformam-se em barreiras que parecem dividir o ser humano em classes e estereótipos. Não restam dúvidas de que esse é maior limite (o afastamento forçoso das ideias e do espírito) no projeto do homem de se mover, livremente, pelo mundo. As divisões, critérios e limites que criamos em nossa vida pessoal alcançam todo o mundo física e ideologicamente.
Em verdade, a pretensa separação e intolerância com as quais nos deparamos no mundo atual são ampliadas pela ação radical de grupos que se dizem portadores de valores sociais, étnicos, religiosos e políticos. Mas como isso é possível? Se, muitas vezes, são esses próprios grupos, fundamentados em profundo extremismo, que acabam causando sérios danos ao mundo em que habitamos.
Importa, portanto, compreender que cada indivíduo, ainda que fisicamente diferente e mesmo pensando diferente, é portador da possibilidade de diálogo e interação com as diferenças existentes. Rechaçá-las ou simplesmente julgá-las a priori, é núcleo da miopia que nos leva a guerras da qual já esquecemos até motivo primeiro. Por que não ouvir o outro sem franzir a testa? Por que não o silêncio diante da fala? Por que não extraímos algo, e antes de criticarmos, paramos e pensamos sobre o que se apresenta? Muitas vezes, essa atitude pode mudar algo que já se conhece, e que parecia sólido e imutável.
“Aprender a ouvir é a melhor forma de se poder ensinar.”
Essas paredes que dividem os seres humanos e nos fazem viver sempre em batalhas norteadas na verdade por uma visão individualista como ideal. São barreiras, nada invisíveis, que, para serem ultrapassadas, demandam compreensão, tolerância, atenção