Poética de Aristóteles em Fahrenheit 451
Faculdade de Comunicação e Artes
Rafaela Cristina Fernandes Ramos
Conceitos da Poética em “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury
Belo Horizonte
2015
O romance Fahrenheit 451, escrito por Ray Bradbury e inicialmente publicado no ano de 1953, faz face à sociedade pós-guerra e o contexto politico por detrás dela. O cenário histórico, composto por uma guerra de proporções nucleares, diversos regimes tirânicos espalhados pelo mundo e a ascensão dos Estados Unidos da América como potencia hegemônica, inspira o autor e seus elementos podem ser reconhecidos durante toda obra.
Para essa análise, é necessário contextualizar o momento de produção do romance, que teve início em 1951, seis anos após o final da Segunda Guerra Mundial. O conflito, entre os anos de 1939 e 1945, envolveu todas as grandes potências mundiais, divididas entre o Eixo (Alemanha, Itália e Império do Japão) e Aliados (EUA, União Soviética, Reino Unido e França) e terminou com a vitória do segundo grupo e um saldo de duas bombas atômicas (em Hiroshima e Nagasaki). É importante destacar, também, que esse período é marcado pelo auge de regimes tirânicos, à exemplo dos países do Eixo, que contavam com Hitler, Mussolini e Hirohito, respectivamente, como lideres. Não são raros os relatos de censura, opressão e, semelhante ao romance de Bradbury, a queima de livros e informações nesse período.
Entre 1945 e o início da década de 1990, o mundo experimentou o período conhecido como Guerra Fria, marcado pela bipolaridade da ordem mundial, ascensão do capitalismo e dos EUA, juntamente com o combate ao comunismo e à URSS. A sociedade americana da década de 1950 é marcada pelo crescente consumismo e a explosão da comunicação de massa, protagonizada pela televisão. Ainda, a propaganda do governo se intensificou, garantindo cada vez mais adeptos ao estilo de vida americano e a crença de um governo ideal, responsável por manter a felicidade do