povo nyaneka humbi
Os Nyaneka-Humbi
Essencialmente criadores e pastores de gado mas também agricultores, os nyaneka-humbi encontram-se confinados à província da Huíla. Embora ligados aos Ovimbundu, contrariamente a estes, os Nyaneka-Humbi são fechados e pouco flexíveis. O tipo de alimentação destas populações pastoris é a base de leite e de farinha duma variedade de cereal designada massango. Tal como os agricultores do norte do país, os terrenos de cultivo não constituem propriedade individual. O mesmo, aliás, se observa nos restantes povos criadores. Também os pastos são comuns. Averiguamos, no entanto, entre os Humbes, uma organização do espaço verdadeiramente notável, diz-nos José Redinha.
Segundo Fernando Neves, em 1960, os Nyaneka-Humbi aproximavam-se dos 129 mil habitantes, dos quais 100 mil eram Nyaneka. Considera-se que os Nyaneka sejam dos mais antigos ocupantes da região, seguindo-se os Humbi. A região dos Humbes foi atingida pela invasão dos Hotentotes do Sudoeste Africano (actual Namíbia), que levou as suas incursões até às margens do Cunene, a partir do ano de 1881. O esquema sociopolítico dos Humbi apresenta um tipo de autoridade difundida no grupo que é orientada pelos chefes simples ou por alguns seculo (mais idosos) e ainda por criadores de gado mais importantes, segundo o princípio do primus inter pares.
Redinha refere também que no plano cultural expressam, à semelhança dos Ambos e dos Hereros, influências da cultura camita oriental, levada até ao Cunene pelas migrações dos pastores camíticos do Nordeste Africano. A essa tradição se liga a instituição do gado sagrado nela incluída o cortejo do boi sagrado, tido como reminiscência do culto do boi Ápis dos velhos altares do Nilo, anualmente praticado entre