POSSÍVEL CONTEXTUALIZAÇÃO DO PENSAMENTO DE JOHN RUSKIN NOS DIAS ATUAIS
JOHN RUSKIN NOS DIAS ATUAIS
John Ruskin (1819 – 1900), em palestra realizada em Brandford no mês de março de 1859 para alunos de design, afirma ser seu intuito, naquela ocasião, apontar os entraves que impedem a profissão naquela época de crescer e evoluir; um desses obstáculos seria a falta de compreensão da dimensão e da dignidade do design decorativo. Seu discurso nessa palestra é, na realidade, só um recorte de toda uma posição assumida por ele ao longo de sua produção, na qual debate o ornamento e a produção artesanal, sendo suas ideias decisivas para o movimento Arts and Crafts, Willian Morris, e Art Noveau.
Basicamente Ruskin acreditava que todos os ramos da arte estão ligados, sendo a arte ornamental digna de comparação a grande arte, afirmando que toda arte pode ser decorativa, e que a maior arte que já se produziu o era. Entretanto, a arte decorativa só é digna de aplicação de uma grande arte quando é destinada a lugares em que não pode ser perturbada ou danificada e que, de fato, valeria a pena realizar assim, uma arte natural (realista-naturalista) ao invés de uma arte convencional (com elementos abstratos). Ou seja, uma grande obra natural como as feitas pelos grandes artistas só valeria a pena como motivo de decoração se adequada ao lugar em que se situa, caso contrário, seria um erro aplicar uma bela e perfeita arte para tais finalidades. É possível ligar esses argumentos com sua recusa em aceitar a assimilação dos ornamentos pelas novas práticas industriais e comerciais, que usavam da ornamentação sem critério algum, apenas como enfeite, espalhadas sobre objetos banais do cotidiano. Tal posicionamento se deve ao fato de Ruskin entender que os ornamentos deveriam ser contemplados, pois, ao serem inspirados em elementos da natureza, significavam o sagrado, exigindo assim um ambiente calmo para que todos os detalhes pudessem ser identificados e assimilados de forma atenta. Desse modo, o ornamento ganha