Positivismo - Ideologia e Influências Políticas no Brasil
No Brasil, o positivismo foi contra a posição filosófica de base espiritualista, até então a única existente. A princípio, o movimento se propagou por meio de brasileiros que estudaram na França, alguns discípulos do próprio Comte. Depois, alargou seu campo em virtude de teses que diversos professores defenderam em escolas superiores. A cidade de Recife foi o principal centro da irradiação dessa ideologia, que mais tarde veio para o Rio de Janeiro e depois para todo o país. É curioso, mas a tentativa mais efetiva de colocar em prática a doutrina positivista, uma ideologia tipicamente francesa, foi realizada em um país latino-americano: o Brasil, onde o positivismo passou de ciência a doutrina de influência geral que tornou-se visível a partir de 1850, quando apareceu na Escola Militar, depois no Colégio Pedro II, na Escola da Marinha, na Escola de Medicina e na Escola Politécnica, no Rio de Janeiro. O passo mais importante, contudo, foi dado por Luís Pereira Barreto (1840 – 1923), com a obra As Três Filosofias, na qual a filosofia positivista era apontada como capaz de substituir vantajosamente a tutela intelectual exercida no país pela Igreja Católica.
No meio político, o positivismo teve grande peso nas mudanças que ocorreram no país, as quais permanecem até hoje, considerando que o regime Republicano foi instalado sob influência positivista. O 15 de novembro pode ser considerado o ápice do positivismo no Brasil, em razão da grande quantidade de adeptos de Auguste Comte que assumiram cargos de relevo no novo regime (Benjamin Constant chegou a ministro da Guerra). A Abolição foi outro grande evento derivado do positivismo.
Na organização formal da República brasileira, podemos citar diversas influências vindas do positivismo, entre elas, a principal e mais conhecida: o Ordem e Progresso da bandeira do país, derivado da frase que marcou e é referência do positivismo até os dias de hoje: “O Amor por