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O mito é uma narrativa sobre a origem de algo: da Terra, da água, do fogo, do bem, do mal, enfim, de tudo o que compõe o Universo. O narrador que narra o discurso mitológico é o poeta Rapsodo – cantadores de história dos deuses gregos. Vale ressaltar que, para os gregos, o discurso mitológico é uma enunciação verdadeira, portanto, inquestionável e incontestável.
Nesta época dominavam as narrativas mitológicas como explicação para as mais diversas situações da vida. Entre meio a lutas, alianças, recompensas e castigos e relações sexuais entre forças divinas, os deuses governavam o mundo e o destino das pessoas a partir do imaginário mitológico.
O mito é uma narrativa imaginária que estrutura e organizam de forma criativa a partir de crenças culturais. O mito não se presta à crítica, ao questionamento ou à correção, o que o torna diferente da razão. O mito é transcendência, imaginação e a razão, imanência, ou seja, própria do ser humano. A mitologia é uma narrativa que conta o passado, já a filosofia tem uma preocupação com o passado, o presente e o futuro.
E, aos poucos, esse processo foi se racionalizando, surgindo, na Grécia, em VI a.C., a Filosofia. Enquanto o mito falava em Urano, Gaia, Cronos, a filosofia falava céu, terra e tempo. Enquanto o mito narra a disputa de deuses, a filosofia falava dos acontecimentos naturais e utilizava os elementos naturais para explicar a origem de tudo. O mito não se importava com as contradições nas suas narrativas fabulosas, já a filosofia não admitia contradição e buscava sempre explicações coerentes, lógicas e racionais.
Surgiram, então, os primeiros filósofos chamados de pré-socráticos (ou seja, que vieram antes de Sócrates), e que tiveram uma preocupação primeira com a physis (a natureza), baseados na cosmologia, na física e na matemática. Para os filósofos pré-socráticos, a arché seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim