Português
PROFESSOR (A)__________________________________________________________
ALUNO: ________________________________________________________________
SÉRIE: 9º ANO _____________ DATA: _______/______/______
TEXTO 05: AS ENCHENTES DE MINHA INFÂNCIA
OBJETIVO: DISTINGUIR UM FATO DA OPINIÃO RELATIVA A ESSE FATO
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma tradição, uma franqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a caalo, dizia que lá, para cima do castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.
(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana.3.ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962.p.157)
5ª) A expressão que revela uma opinião sobre o fato