A história das línguas, que chegou até nós por meio dos métodos comparativos, passou a ser o foco central a partir do momento em que permitia o estudo científico de fatos linguísticos. O oposto ocorreu no século XVIII, quando surgiram diversas proposições sobre a origem e o desenvolvimento das línguas. As comparações, nesse momento, se atentavam em descrever as irregularidades e regularidades dos fatos essenciais acerca das línguas e não tentaram explicá-los. Se importando apenas com os aspectos descritivos, afastando qualquer tipo de descrição em termos histórico-comparativos. A opção histórica trouxe a percepção da mudança e com ela a questão da variação linguística. Nesse sentido, a variação linguística no tempo e no espaço passa a ser o objeto de estudos. Significa dizer que a perspectiva filológica em busca de uma particularidade da língua passa a ser abandonada. Nesse momento dar-se inicio ao reconhecimento de que as línguas, como todo elemento de expressão social, se modifica historicamente , portanto, a tarefa de quem quer que seja deve ter como objetivo (científico) não só descobrir as mudanças que ocorrem na língua como também descobrir mudanças e leis subjacentes a ela. Que as línguas mudam com o passar do tempo é uma concepção típica do século XIX. Descobriu-se que as línguas naturais estão em constante movimento. As línguas naturais não são realidades estáticas. Contudo, ao afirmar que as línguas naturais mudam não significa dizer que a mudança implica na alteração no seu caráter sistêmico. Pelo contrário, mudam, mas continuam organizadas e oferecendo a seus falantes os recursos necessários para a formulação de diversos efeitos de sentido (FARACO, 2005).